sábado, 17 de março de 2012

Resenha do livro "Vidas Secas" - Graciliano Ramos



   Graciliano Ramos é considerado um dos mais importantes escritores do moderno romance brasileiro. Cujo seu maior interesse é com o compromentimento ético. Os romances desse escritor, constroem molduras pessimistas sobre à realidade do sofrido Nordeste. O mesmo, passou à vida denunciando os atrasos culturais e a política. Tendo um estilo literário que poucos tiveram, conseguindo unir pensamentos sociológicos e psicológicos.
 "Vidas Secas" é um livro no qual retrata a vida de uma família que passa por situações precárias. Os personagens são marcados pelo drama vivido no   Nordeste , devido à seca que os obriga a se deslocar constantemente de suas moradias.
   No 14º capítulo da obra: Fuga, o personagem Fabiano,decide ir embora da fazenda, deixando-a como havia encontrado: sem vida. Sua permanência ali estava esgotada. Chegou ao ponto que a seca estava matando os animais,e se não fosse para longe, mataria ele e sua família. Assim, as circunstâncias os levariam para o Sul.
   Sinhá Vitória acreditava que distante do tamanho sofrimento, a vida seria melhor. Que os seus filhos não iriam ser vaqueiros como o pai. Que teriam oportunidades em outra cidade para estudar, aprender e crescer. Teriam realmente um futuro que ela e seu marido não tiveram.
   O pensamento de Fabiano e Sinhá Vitória era o mesmo. A esperança que estava lado a lado com o cansaço, em diversos momentos era maior. Queriam acreditar que tudo em outro ambiente seria diferente. Uma nova ocupação para ele, uma cama confortável para ela. Não queriam, não poderiam viver sempre fugidos como bicho. E sim, precisariam ir atrás de suas vontades. Conheceria o que daria sentido a vida de verdade sem encontrar tanto rancor. Construindo perspectivas à todo momento, Sinhá Vitória, uma vitalidade sem igual para Fabiano. Ele, um homem de garra para ela.
   Migrando novamente à procura de um lugar para habitar. Saindo do conhecido sofrer, e indo ao rumo da desconhecida sociedade.
   Contudo, mas uma vez vão na tentativa de um dia encontrarem uma vida "sem seca" longe daquele lugar.
   "Vidas secas" apresenta a dura realidade de diversas pessoas que vivem no Sertão Nordestino. Aponta os problemas sociais, econômicos e de estrutura familiar. Situação esta, ainda existente na sociedade brasileira, em geral, nas classes sociais mais baixas das diversas regiões do país, o que torna a leitura moderna e atual. A vida de uma família na ficção é  a mesma realidade de tantas outras do Sertão Nordestino, que abandonam seus lares devido à seca e a falta de oportunidades, para virem para a grande cidade em busca de escolaridade; trabalho e de um futuro. Tendo o objetivo de oferecer uma vida adequada à sua família,e à si mesmo. O sonho, a vontade da melhoria , o não querer mais passar dificuldades terríveis. Não querer ser determinado aquilo. E acima de tudo,o autor sensibiliza o leitor para as causas sociais. Lembrando-se que na mesma situação , encontram-se muitos Fabianos e Sinhás Vitórias em busca do mínimo: Que é viver. 

quinta-feira, 1 de março de 2012

Para um amigo se sentir melhor, fazemos qualquer coisa (;

Algumas histórias são boas de contar e outras ainda melhores pela emoção que faz até quem é repórter há 20 anos sentir o olho lacrimejar. Na noite de quinta-feira, alunos do curso de Engenharia Ambiental da UFMS produziram uma dessas notícias. No Teatro Glauce Rocha, os rapazes da turma emocionaram os convidados ao aparecerem carecas na cerimônia de colação de grau, uma homenagem ao colega também sem cabelos, mas por consequência da quimioterapia.
Há menos de um mês, Jaito Mazutti Michel, 24 anos,descobriu um tumor no joelho, maligno. As aulas na faculdade já haviam terminado e só quando os colegas se reuniram para o ensaio da formatura confirmaram a doença.A ideia de se solidarizar com a careca de Jaito veio de supetão. Assim que ele virou as costas, os 23 homens da turma resolveram fazer a homenagem. Depois do ensaio, seguiram para o Salão do Gaúcho, perto da universidade, e um a um o grupo foi raspando o cabelo.
Tudo foi gravado e transformado em um clipe ao som de Jack Jhonson. Na noite da colação, veio a surpresa. Jaito entrou por uma porta lateral, por conta da dificuldade de locomoção, já que esta usando muletas. Na entrada principal, os meninos sorriam a cada passada de mão na careca. Sentado ainda entre as cadeiras da platéia, com cara de quem não sabe de nada, Jaito só descobriu a malandragem dos colegas quando a mestre de cerimônias anunciou o clipe. A introdução do amigo no vídeo, explicando o motivo da ida em massa ao salão naquele mesmo dia, arrancou a primeira lágrima do homenageado que ao ver as imagens reproduzirem o desapego as madeixas de alguns mais cabeludos que os outros caiu no choro, levando junto a família inteira e quem estava por perto.
A plateia ficou muda, sem saber que a tal doença falada no clipe era algo tão perigoso como o câncer. Ao fim do clipe, depois de limpar o rosto molhado e reposicionar os óculos no rosto, Jaito foi chamado para subir ao palco e sentar em uma das cadeiras destinadas aos formandos e, provavelmente, poucos foram tão aplaudidos quanto ele no dia da formatura. A cerimônia seguiu com a entrada dos colegas sem cabelo ao chamado do cerimonial, todos com sorriso aberto para Jaito, que retribuiu no mesmo tom e com serenidade. 
No discurso, a voz faltou várias vezes, mas Izabella conseguiu dizer que “quando nossos filhos, no futuro, assistirem ao clipe e perguntarem porque todos estavam carecas, vamos dizer que PARA UM AMIGO SE SENTIR MELHOR, FAZEMOS QUALQUER COISA."